quinta-feira, 26 de março de 2015

Departamento de Saúde





Demorou, mas consegui conversar com a Diretora do Departamento de Saúde.

Fui recebida por uma jovem bem falante, ágil no raciocínio, bem consciente dos problemas que uma diretora de departamento, especialmente o da saúde, tão polêmico, vem enfrentando nesses quase dois anos à frente do Departamento.

Quem é
Natalia Costa Lopes. Ela veio de Piquerobi, cidade perto de Presidente Venceslau. Enfermeira concursada, inicialmente trabalhou no Centro de Saúde, até que o Diretor de Saúde, na época Celso Martins, a convidou para atuar no Departamento como enfermeira da vigilância sanitária. Assim ela ficou quando foram sendo alterados os nomes dos diretores: Jussara, Sandra Oliva  e, em agosto de 2013 ela assumiu a pasta.

O Departamento
Ele tem fundo próprio, tem aproximadamente 187 funcionários e um universo bem grande de setores para serem gerenciados, embora cada um deles tenha uma coordenação própria: 7 UBSs (em construção a 8ª), 1 farmácia municipal (Katia Zogbi é responsável), central de ambulância, de fisioterapia, de vigilância sanitária (Jussara), controle de vetores (Nogueira), Zoonose (Leonilda Bersani), odontologia (Erika) e central de agendamento. São 14 prédios públicos utilizados pelo departamento. Na central há 10 funcionários para realizar o trabalho.

Os repasses
Há uma dificuldade grande da população entender onde estão as responsabilidade de cada setor: federal, estadual e municipal. Por exemplo, a ambulância, a catarata, os atendimentos de média e alta complexidade. Tudo recai como cobrança ao município embora não seja  sua competência. O Prefeito aderiu ao projeto  de implantação do Samu regional. A sede ficaria em Araçatuba, daí Mirandópolis teria uma base. O projeto foi encaminhado ao Ministério da Saúde, há negociações com o Departamento Regional e a Prefeitura Municipal de Araçatuba para que isso se efetive.

Desvio de função
Existe sim e isso a prefeitura está tentando resolver. Coloquei exemplos pontuais como braçais que estão desenvolvendo funções administrativas, motoristas que não são motoristas e a Natalia concordou que conhece esses problemas e que há já consenso com o executivo da obrigatoriedade de resolução do problema (um aparte meu: espero eu que resolvam com seriedade e com justiça).

Interferência do Legislativo e Executivo
A Natalia diz que é pequena. Ela relata que a própria população muitas vezes procura o legislativo ou o executivo para problemas que na maioria das vezes poderiam ser solucionados no próprio departamento. 

Assinatura de ponto
Há ponto eletrônico na maioria dos setores, são poucos os que assinam manualmente e que devem ser supervisionados pela chefia imediata.

Agendamento
Questionada sobre o fato dos agendamentos no Posto estarem sendo feitos pelos próprios funcionários, tendo a facilidade de "pegar a senha" em beneficio próprio, Natalia disse que já fez reunião especifica com os funcionários sobre esse assunto solicitando deles mais lisura no processo de distribuição de senhas.

Reformas
Perguntei se ela não achava que todas as reformas ao mesmo tempo não estaria prejudicando o atendimento. Ela me explicou que quando o governo federal pediu a requalificação das UBSs, em 2013, o município solicitou 4 reformas ( Dr. Pardo, 1ª e 2ª Aliança e Amandaba) e uma construção (Vale do Sol) e....... surpresa..... foram contempladas com repasse para tudo isso. O Centro de Saúde Dr. Yoshito recebeu uma subvenção estadual para sua reforma, faltando ainda pequenos acertos, como os moveis planejados. A diretora considera satisfatória a adequação feita até aqui.

Prédio
O departamento vai mudar. Hoje ele está na esquina da praça da igreja, onde antigamente era a casa do nego Hidalgo. Vai agora para onde estava a Vigilância, nas proximidades do Nilton Supermercado.

Medicamentos
O Governo Federal manda 8 mil mensais para compra de medicamentos (quantidade irrisória para a demanda). Já o Estadual manda os medicamentos da dose certa e alto custo (que ultimamente também estão em falta). O médico prescreve às vezes um medicamento que não é enviado e que não há na farmácia, ou como exemplo, há necessidades da insulina lantus que não faz parte do Rename (Relação nacional de medicamentos), portanto, tem que ser pago com  recurso próprio do Município. O tribunal de contas já orientou para que se faça um recadastramento para que essa compra de medicamentos fora do Rename não se torne usual.

Orçamento
A obrigação do município são 15% do orçamento para a saúde. Foram gastos 22% no ano passado. E para complicar um pouco o município perdeu mais ou menos em quatro meses R$ 5 milhões em arrecadação.

Amada
O contrato com a empresa está vigente e explicou que o pagamento do trabalho clinico é por procedimento, sendo que cabe a cada setor onde há funcionário contratado informar à empresa o número para pagamento, assim como qualquer problema surgido.

Insalubridade
Lei 88, de 2014, o colocava sobre o salário base, porém, o artigo foi " amputado" já que por erro de digitação do estatuto não possibilitou essa alteração, deixando-se então como era antes: sobre o Salário Mínimo.

Promotor Público 
Ele tem acompanhado e atendido a população que se dirige ao Ministério Público e o Departamento tem acatado as decisões judiciais. 

Projeto (para antiga Casa de Saúde)
O Departamento de Saúde realizou um projeto para Implantação de um centro especializado em reabilitação que já foi aceito na região e publicado pela Secretaria de Estado. Aguarda agora o Ministério da Saúde que informou que no momento está sem recursos. O Departamento está ainda estudando a possibilidade de implantação de um CAPS ( Centro de Atenção Psicossocial).

O que é ser diretor do Departamento de Saúde
Para Natalia, os requisitos são: flexibilidade,  paciência, conhecimento técnico e experiência. Não necessariamente como diretor, mas no serviço adjunto que proporciona a visão de conjunto. Ela reconhece que a disponibilidade de horário também é fundamental já que possibilita a extensão de seu horário de trabalho que não tem hora para  fechar o dia, montar planos, se reunir com equipes, preencher indicadores e etc. Ela considera que é uma grande realização pessoal fazer um trabalho que considera satisfatório num setor tão polêmico e que enfrenta tantas dificuldades que são comuns a quase todos os municípios e ao Brasil de modo geral.

Está aí..... o ponto de vista da diretora do Departamento de Saúde do Município.

domingo, 15 de março de 2015

Já que não houve manifestação coletiva.....




Já que não houve manifestação coletiva, faço a minha individual.

Não sou a favor da volta do militarismo.
Não sou contra a petrobrás.
Não sou contra o PT
Não sou contra muita coisa que estão misturando nessas manifestações.

Eu sou contra sim , a politica economica de um  governo que submete o pobre à mesmice,  a classe média à pobreza enquanto os bacanas que fazem as leis ou manipulam o poder, enchem os bolsos.

Eu sou contra sim, àquele radical que defende Dilma e Lula vociferando sua integridade em nome de um Partido que bradou a vida inteira pela lisura  de suas ações.Não é o partido. Não é sua filosofia. É seu radicalismo que o impede de enxergar os erros de seus próprios filhos.

Eu sou contra essa mentiras que estão se institucionalizando, essas manobras para inocentar aqueles que sabemos culpados, essa tentativa insana de se perpetuar no poder, esses escândalos diários que aparecem nas manchetes, essa mania de perseguição que alguns tem pra fugir das explicações, ..

Alguns pedem "impeachment", outros intervenção militar....mas a grande maioria, como eu, só quer declarar sua insatisfação com o atual estado de coisas  na tentativa de acordar esse povo pacato, de natureza conciliadora, que reclama, mas quer levar sempre vantagem em tudo, de um povo que resmunga mas quando tem a chance de mudar o "status quo", pára, cruza os braços e "deixa a vida me levar",  de um povo que manifesta sua insatisfação em uma fantasia caricaturesca no carnaval e que só faz lamuriar e ranger os dentes.

Mirandópolis não se manifestou, Um aqui, outro ali. Horários desencontrados, Lugares não acertados. Porém de uma coisa nós estamos certos. Existem forças aqui em Mirandópolis sim. Existem pessoas que ainda gritam, reclamam,  pagam seus impostos honestamente, trabalham, não dependem de nenhum favor e sabem que o processo democrático é pacifico sim, mas tem seu limite de tolerância e que a qualquer momento podemos alterar nosso destino em todos os segmentos políticos : de pequenas associações, municipal, estadual e federal.

Estou ficando de saco cheio. Uma hora a gente vai ter que escancarar nossa indignação pra mudar as coisas. Talvez educação e polidez não sejam os únicos argumentos além da consciencia politica.