segunda-feira, 18 de março de 2013

Antiniska De Lucchi Mustafa





Há dez anos atrás, neste mesmo dia, minha mãe falecia.

Simplesmente uma vida apagada num sopro divino.

Todos os ditados, todas as mensagens, todos os textos que falam sobre a mãe são lindos e são entendidos depois que você perde a sua.

Quando a gente é jovem, não  dá o devido valor à sabedoria que os mais velhos já adquiriram e muito menos entende que os pais enxergam além de você e de sua pequenez.

Daí é a vez da gente ficar velho,  sentir saudade  e   meditar sobre a vida.

E entender que realmente ninguém morre. Ela está em cada detalhe da minha casa, na plantinha que ainda resiste ao tempo, na toalhinha de frivolitê que está na sala, no álbum de fotografia, na imagem de natal que nós mantemos, nas lembranças de pessoas para mim estranhas e que um dia usufruíram da amizade dela, no Centro Odontológico  da UBS  Dr. Pardo, lá na creche do Sonho meu, na  lembrança de toda a família  , no som de Jessé, Altemar Dutra, dos 3 tenores e outros mais, nos preceitos religiosos a nós passados,  e no meu coração.


Acho bem apropriado o texto de Emanuel  :
           
                                                                    Ninguém morre

"Não reclames da Terra os seres que partiram.
Olha a planta, que volta na semente a morrer
Chora, de vez  que o pranto purifica a visão.
No entanto, continua agindo para o bem.
Lagrima sem revolta é orvalho de esperança
A morte é a própria vida numa nova edição".

Um comentário:

Anônimo disse...

Mãe.....posta isso depois das 18horas, assim você "judia" do sue filho em uma redação cheia de amigos, rsss.

Vó Anthiniska, lembro como se fosse hoje eu indo a tarde na casa da vó, dai batia na porta de madeira (que era a sala de televisão, pois a casa era inteira fechada), dai passava a tarde tomando sorvete e bebendo o guaranazinho Vencetex.
Lembro muito bem da gente sentado na varanda brincando de cor de carro que passava na rua (tudo para distrair uma criança).
O Natal. A casa enfeitada, a ceia onde cada um falava uma frase.
Ela cantando como se fosse um tenor, lembro que ela cantava no tom, não tem como não lembrar mesmo 10 anos depois.
As entregas das cestas básicas. Ela indo de casa em casa com uma folha toda rabiscada com os nomes e endereços.
Os jogos do CAM. Lembro que o Luizinho fez um uniforme roxo e atras estava escrito ANTINISKA, uma forma de homenagear quem tanto ajudava. Detalhe que ela ficou brava, porque não queria aparecer.
Mesmo que muito difícil, lembro com "carinho" da sua dificuldade de lembrar das coisas e de descer e subir as escadas.

A Vó é daquelas pessoas que mudam totalmente a sua visão de humanidade. O quanto precisamos ajudar o próximo e ser um cidadão correto.

Deixou saudades, mas como bem diz o texto acima - "Ninguém Morre".

Eduardo Mustafa